domingo, 4 de abril de 2010

Sangrandoo

Escrevo esta postagem no feriado da semana santa, é contraditório tudo q estou sentindo...



Apesar de não haver nada que possa abalar minha opção, e apesar de saber q meu Dono me aceita mesmo com todos os meus erros e defeitos, sinto q meus sonhos são preciosos demais, e de tão preciosos parecem frágeis, como uma peça de cristal em meio a um tiroteio, como se o chão estivesse prestes a desaparecer diante dos meus olhos, como se eu estivesse caminhando nas nuvens em um sonho, mas lá do alto sou capaz de ver um enorme precipício sob meus pés, q poderá me engolir a qualquer momento...


Meu coração se sente cansado, as noites estão escuras, estou sozinha, sinto como se estivesse perdida em uma grande jornada, e cada dia q sobrevivo é um dia mais perto de voltar...

Lembro de uma poesia q falava em “sangrar de bom grado”, e é exatamente assim q me sinto, sangrando por opção... tento entender tudo q se passa dentro de mim, pois apesar de tudo isso não lamento, não penso em fugir, é como sentir uma dor e ser grata por ela... sofro, e mesmo sangrando me sinto feliz por ter tantos motivos prá continuar minha jornada...


Fico me perguntando pq tudo isso se passa dentro de mim... não, não estou me sentindo ameaçada, meus sonhos são frágeis, mas tudo q vivo e descrevo é totalmente real, assim como são reais as palavras e gestos de afeto do meu dono, de onde vem então todo esse medo¿ simples, da saudade... portanto, vou sangrar de bom grado, até q esta dor possa se curar ao olhar akeles olhos sorrindo prá mim novamente.


~ O Amor ~

~ Gibran Kahlil Gibran ~



Então, Almitra disse: “Fala-nos do amor.”

E ele ergueu a fronte e olhou para a multidão,

e um silêncio caiu sobre todos, e com uma voz forte, disse:



Quando o amor vos chamar, segui-o,

Embora seus caminhos sejam agrestes e escarpados;

E quando ele vos envolver com suas asas, cedei-lhe,

Embora a espada oculta na sua plumagem possa ferir-vos;

E quando ele vos falar, acreditai nele,

Embora sua voz possa despedaçar vossos sonhos

Como o vento devasta o jardim.

Pois, da mesma forma que o amor vos coroa,

Assim ele vos crucifica.

E da mesma forma que contribui para vosso crescimento,

Trabalha para vossa queda.

E da mesma forma que alcança vossa altura

E acaricia vossos ramos mais tenros que se embalam ao sol,

Assim também desce até vossas raízes

E as sacode no seu apego à terra.

Como feixes de trigo, ele vos aperta junto ao seu coração.

Ele vos debulha para expor vossa nudez.

Ele vos peneira para libertar-vos das palhas.

Ele vos mói até a extrema brancura.

Ele vos amassa até que vos torneis maleáveis.

Então, ele vos leva ao fogo sagrado e vos transforma

No pão místico do banquete divino.

Todas essas coisas, o amor operará em vós

Para que conheçais os segredos de vossos corações

E, com esse conhecimento,

Vos convertais no pão místico do banquete divino.

Todavia, se no vosso temor,

rocurardes somente a paz do amor e o gozo do amor,

Então seria melhor para vós que cobrísseis vossa nudez

E abandonásseis a eira do amor,

Para entrar num mundo sem estações,

Onde rireis, mas não todos os vossos risos,

E chorareis, mas não todas as vossas lágrimas.

O amor nada dá senão de si próprio

E nada recebe senão de si próprio.

O amor não possui, nem se deixa possuir.

Porque o amor basta-se a si mesmo.

Quando um de vós ama, que não diga:

“Deus está no meu coração”,

Mas que diga antes:

"Eu estou no coração de Deus”.

E não imagineis que possais dirigir o curso do amor,

Pois o amor, se vos achar dignos,

Determinará ele próprio o vosso curso.

O amor não tem outro desejo

Senão o de atingir a sua plenitude.

Se, contudo, amardes e precisardes ter desejos,

Sejam estes os vossos desejos:

De vos diluirdes no amor e serdes como um riacho

Que canta sua melodia para a noite;

De conhecerdes a dor de sentir ternura demasiada;

De ficardes feridos por vossa própria compreensão do amor

E de sangrardes de boa vontade e com alegria;

De acordardes na aurora com o coração alado

E agradecerdes por um novo dia de amor;

De descansardes ao meio-dia

E meditardes sobre o êxtase do amor;

De voltardes para casa à noite com gratidão;

E de adormecerdes com uma prece no coração para o bem-amado,

E nos lábios uma canção de bem-aventurança.


Nenhum comentário:

Postar um comentário