segunda-feira, 8 de fevereiro de 2010

Entrega incondicional

A mto tempo tenho vontade de escrever aki sobre esse tema, mas me sentia despreparada, meio q sem argumentos... precisava pensar mais... refletir mto até chegar a uma noção final do q escrever...



Curiosamente, sempre gosto mais dos relatos que escrevo durante a insônia... são 4:00 da manhã, a madrugada é silenciosa, mas meus pensamentos são tantos que é como se não coubessem dentro de mim... é nessas horas que sinto necessidade de escrever, como se eu pudesse esvaziar a cabeça...



Agora q todo mundo dorme e q me sinto só volto a relembrar cada momento em q eu pensei no assunto, e cada conclusão, cada idéia q foi surgindo...



A necessidade de falar da minha entrega surgiu de uma conversa que tive com o dono em uma das sessões de janeiro... mais precisamente na sessão de quinta feira dia 14 de janeiro, curiosamente véspera do dia em q eu faria um ano de contrato...



A sessão corria bem, eu já tinha superado o spanking de cane, já era a minha segunda surra na mesma semana, estava felizinha sentada nua no chão perto do dono, enquanto ele olhava umas coisas na internet... eu fazia sexo oral nele, e conversávamos...



Não sei como o assunto surgiu, lembro que falávamos do meu medo de que por algum motivo o dono pudesse vir a deixar de me querer... lembro que coloquei prá ele o q eu pensava... q se algum dia eu percebesse q ele não me queria mais, ou se ele tivesse q abrir mão de alguém, alguma outra escrava q não me aceitasse e q ele porventura quisesse mais q a mim, eu mesma o deixaria...



Lembro do espanto, ou melhor, da surpresa no olhar dele... lembro q eu disse isso em meio a tantas lágrimas e com a voz tão embargada que quase não consegui terminar a frase... enquanto ele acenava negativamente com a cabeça me afirmando que isso nunca aconteceria, pq ele nunca abre mão de uma escrava prá ficar com outra, lembro que me disse q todas que vierem sempre terão que vir prá somar, nunca prá nos dividir, nos separar, e que akelas que não fossem capaz de fazer isso, simplesmente não teriam como ser suas...



Lembro q eu argumentei q tinha medo q isso tudo um dia mudasse, e q a nossa relação acabasse, e lembro q ele me disse q não poderia me garantir que isso nunca aconteceria, pois a vida é imprevisível, e nós não temos o poder de determinar o q vai acontecer... porém, julgando pelo q ele sentia agora seu desejo é q nossa relação durasse uns dez anos, ou mais... a vida inteira...



Sei q esse desejo deveria me bastar... mas pensar nessa possibilidade remota do fim me deixava irracional, e eu não conseguia pensar no resto... tive uma crise de choro dakelas que parece interminável, DK como sempre, me consolou, me abraçou, fez um carinho, mas vendo q eu ainda não parava de chorar falou mais sério... perguntou se eu confiava nele... me mandou olhar prá ele, eu disse q sim, ele respondeu: “não parece”... bom lógico q depois disso eu dei um jeito de engolir o choro e me acalmar...



Como nós dois já prevíamos eu perdi o sono akela noite... eu me sentia sozinha, afinal, ninguém partilha o destino de ninguém, há dores, há fatos que sempre vamos viver sozinhos, por mais q eu tenha amigos, uma família maravilhosa, e pessoas que me amem não tinha como dividir isso com ninguém...



Comecei a pensar que DK estava certo ninguém pode ter certeza absoluta do futuro, ninguém sabe o q vai acontecer, mas ao mesmo tempo comecei a questionar a minha entrega, afinal era como se eu estivesse apostando tudo, toda a minha vida, todos os meus sonhos em algo que parecia tão inseguro...



É engraçado o q uma conversa simples pode causar... de uma insegurança passei a uma quase certeza que eu devia me preparar, me poupar, começar a me resguardar pois DK poderia me deixar a qualquer hora... quase uma paranóia, a gente produz o problema, como se a nossa cabeça estivesse procurando se curar tomando do veneno q a gente mais teme...



Dormi por algumas horas, e já acordei chorando, era dia de ir embora, e eu estava confusa, certa de que deveria mudar minha postura diante do DK e não me entregar tanto, não apostar tudo, não ser tão inconseqüente com minha forma de amar...



Tomei meu banho, arrumei a mala falando comigo mesma sobre o assunto, é conversando sozinha, acho q fooi um surto temporário, rsrsrs...



Estava certa q seria isso q eu deveria fazer, eu tinha q mudar com o DK, fazer algumas reservas... como se o amor tivesse essa capacidade... como se eu pudesse dizer até hj eu te amei incondicionalmente, a partir de agora vou te amar só um pouquinho, rsrsrs...



Saí do hotel segura do q iria dizer a ele, fui prá uma lan e entrei no msn prá conversar... contei a ele como tinha sido a noite, e as coisas q se passavam dentro de mim... ele confirmou que já previa q eu teria insônia e q eu estava sofrendo por causa dakele assunto...



Qdo eu disse q achava q tinha q mudar, senti q eu o surpreendi de novo... acrescentei que eu apostava demais, e q se algo acontecesse eu não teria como me recuperar... lembro q ele me disse meio decepcionado que não queria me fazer mal algum, e q não queria q eu sofresse...



A sensação de decepcionar o DK sempre foi inexplicável, é como se eu fosse capaz de mudar qualquer ponto de vista, qualquer posição, qualquer atitude prá evitar ou reverter isso, e dentro de poucos segundos tudo q eu tinha pensado, decido e reafirmado durante uma noite inteira tinha caído por terra... a acordo q eu tinha feito comigo mesma já não valia mais, rsrsrs



Voltei pro hotel ainda confusa, mas não queria pensar, precisava dormir, prá não correr o risco de não estar bem na ultima sessão da semana... tomei um banho, acertei o despertador para 18:20 e peguei no sono... acordei, me aprontei e fiquei esperando...



DK chegou, fiz os cumprimentos e sem nem pensar em mais nada da sessão, ele me segurou pelo queixo, olhou dentro dos meus olhos e perguntou como eu estava, eu respondi q ainda estava confusa... ele se deitou na cama, me puxou para deitar em seu peito e me abraçou... e foi me dizendo, repetindo, resumindo tudo que já havia me dito: que não pensava em me deixar, que atualmente pensava que a nossa relação poderia durar mais dez anos, ou até mais, ou a vida toda, que eu não devia mudar pq ele me queria do jeito q eu sou, e novamente me perguntou se eu confiava nele repetindo que jamais faria algo prá me magoar ou me machucar... terminou dando uma bronca disfarçada dizendo q era prá eu parar de pensar besteira, rsrsrs...bom, na verdade isso foi uma ordem, kkkkk...



De lá prá cá tenho pensado mto nisso, não penso q ele vai me deixar, ou q algo vai desse tipo vai acontecer... mas penso... questiono, como é complicado ser sub... a nossa entrega exige de nós esse amor incondicional... pela relação que vivemos, entregamos nossa vida, apostamos tudo sem reservas...



Qdo isso não acontece a sub não consegue viver plenamente sua condição... penso q eu mesma não conseguiria, por mais q eu quisesse, não conseguiria fazer diferente... tenho esse jeito meio maluco, quase irracional, as vezes acho q ate preocupo o DK... é como se eu me atirasse num abismo de olhos fechados esperando que ele estivesse lá em baixo prá me amparar... por isso é q sinto o chão sumir diante de qualquer ameaça...

É como se eu vivesse nas nuvens, mas pudesse cair a qualquer momento... é assim q me sinto... mas cheguei a conclusão de q é assim mesmo q eu devo me sentir... e q pelo menos prá mim, minha submissão só será completa se for capaz de ser assim... q toda essa dor q eu sinto qdo perco o chão faz parte da minha condição... e q respeitar as incertezas do destino é um gesto de humildade...



Sou apenas uma sub, não mando nem em mim, qto mais no destino... não tenho que decidir nada, apenas me entregar... e se for pra sofrer vai ser... se for prá me machucar, vai acontecer... tudo que sei é q quero continuar sendo intensa, e vivendo intensamente cada instante, pois eu sei que se algum dia acabar, eu ainda terei as minhas histórias prá contar na memória, no coração ainda terei essa capacidade de me entregar, e na alma terei cada instante gravado com a certeza de que tudo valeu a pena...



Ao Senhor meu Dono DOM KALLUS, que cuida tão bem de mim... que já me descreveu como um oceano que ao longe parece calmo, intenso, mas q tem um maremoto por dentro... vou continuar me entregando sem medo, sem medida, sem reservas... vou continuar sendo irracional, e mesmo q algum dia eu me machuque, ainda assim eu sempre te serei grata pq foi capaz de ser tudo q eu sonho, e de me realizar como mulher e como escrava... e vou andando nas nuvens, vivendo o sonho, esperando e rezando prá não acordar nunca.
Beijos nesses pés lindos
SUA escrava {eliz}_DOM KALLUS